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A infância é um período de intensas descobertas e desenvolvimento. Substituir as experiências reais por interações digitais pode limitar o potencial das crianças e gerar dificuldades em diversas áreas. Cabe aos adultos proporcionar um ambiente rico em afeto, estímulos saudáveis e presença verdadeira.
Nos últimos anos, o uso de telas ? celulares, tablets, computadores e televisores ? se tornou cada vez mais presente no cotidiano das famílias. É comum vermos crianças pequenas utilizando dispositivos eletrônicos por longos períodos, muitas vezes como forma de distração ou para facilitar a rotina dos pais. No entanto, essa prática aparentemente inofensiva pode ter consequências sérias para o desenvolvimento infantil.
Diversos estudos vêm alertando sobre os efeitos negativos do uso excessivo de telas na infância, especialmente nos primeiros anos de vida, fase crucial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças com menos de 2 anos não devem ter nenhum contato com telas, enquanto aquelas entre 2 e 5 anos devem ter o uso limitado a no máximo 1 hora por dia, sempre com supervisão de um adulto.
A interação com aparelhos eletrônicos não substitui a conversa com adultos e outras crianças. A linguagem se desenvolve através da troca afetiva, do olhar, da escuta e da resposta. Crianças expostas por muito tempo às telas tendem a apresentar atrasos na fala e dificuldades de comunicação.
Quando uma criança interage mais com dispositivos do que com os pais ou cuidadores, o vínculo emocional pode ser prejudicado. Isso interfere no senso de segurança e pertencimento, fundamentais para o desenvolvimento saudável.
A exposição prolongada a estímulos rápidos e constantes, como vídeos coloridos e barulhentos, pode prejudicar a capacidade da criança de manter a atenção em atividades do dia a dia, como ouvir uma história, brincar ou se concentrar na escola.
Luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono, dificultando o adormecer e prejudicando a qualidade do descanso. O sono ruim impacta diretamente no humor, na aprendizagem e no comportamento da criança.
Ficar horas em frente a uma tela significa menos tempo para brincar, correr e explorar o mundo. Isso reduz a atividade física, favorece o ganho de peso e aumenta o risco de problemas de saúde a longo prazo.
O uso consciente da tecnologia pode fazer parte da rotina infantil, desde que com equilíbrio e propósito. Veja algumas dicas:
Evite oferecer telas para acalmar a criança. Em vez disso, ensine-a a lidar com as emoções com acolhimento, palavras e brincadeiras.
Crie momentos sem telas em família, como refeições, passeios e a hora de dormir.
Ofereça brincadeiras sensoriais, leitura, música e atividades ao ar livre sempre que possível.
Se for usar a tela, assista junto com a criança, converse sobre o conteúdo e use isso como oportunidade de aprendizado.
Dê o exemplo: crianças aprendem pelo que veem. Reduzir seu próprio tempo de tela é um incentivo poderoso.
A infância é um período de intensas descobertas e desenvolvimento. Substituir as experiências reais por interações digitais pode limitar o potencial das crianças e gerar dificuldades em diversas áreas. Cabe aos adultos proporcionar um ambiente rico em afeto, estímulos saudáveis e presença verdadeira.
Mais do que proibir, é preciso orientar. O uso consciente das telas começa com informação e presença.